Jeito Rebelde 3: Capítulo 13


Outra Chance

CENA I
Drake procurou Ash pela casa toda e a encontrou na piscina. Ele colocou o buquê no sofá da sala e foi vestir uma sunga. Enquanto isso, Ash entrou para casa para comer alguma coisa. Ao passar pela sala, viu o buquê.
(Ash) [lendo o bilhete] Para a garota mais especial que conheci!
Ela pegou o buquê e cheirou as flores.
(Ash) Até que ele não tem péssimo gosto! Quem será a idiota da vez para acreditar nesse amor incondicional do Drake?! [rsrs]
Ela foi até a cozinha e pegou uma maçã. Quando estava voltando, encontrou Drake, de roupão, segurando o buquê.
(Drake) Ué, não vai nadar mais?!
(Ash) Você vai para a piscina? Acho melhor eu ir pro meu quarto então.
(Drake) Pra quê tudo isso? Eu não mordo!
(Ash) Mas pelo que eu vejo em suas mãos, mais uma idiota atravessou o seu caminho, né?!
Drake olhou para o buquê em suas mãos e ficou sem graça.
(Ash) Quem é a tonta da vez? Alguém que veio na festa ontem? Ou é as amiguinhas dos seus amigos?
(Drake) N-Não... Ela... Ela era para ser minha irmã.
Ash ficou sem reação.
(Drake) Bom, na verdade não temos ligação nenhuma, mas devíamos nos considerar irmãos, né?! Só que eu acho que eu não conseguiria tratá-la como minha irmã. Sei lá, descobri que ela é muito mais que isso para mim.
Drake se aproximou de Ash e entregou o buquê a ela.
(Drake) Ash, eu não sei como, mas você me conquistou. Não adianta vim com a sua rebeldia, que eu sei que você também gosta de mim. Eu acredito que não há motivos mais para a gente ficar se odiando.
(Ash) Quanto mais eu te odeio, mas eu te amo.
Ela ficou tímida e ele acariciou o rosto dela.
(Drake) Desde que você chegou aqui, eu nunca cheguei a te odiar. Nunca pensei que iria acontecer isso comigo, mas sinto que me apaixonei à primeira vista.
Ash não conseguiu esconder o sorriso.
(Drake) Vamos nos dar uma chance?
Ele arrumou o cabelo dela atrás da orelha e a beijou. Ash deixou o buquê cair no sofá e se entregou ao beijo.

CENA II
Rochi estava deitada no sofá quando Gas chegou.
(Gas) Rochi.
Ela se levantou e arrumou o cabelo rapidamente.
(Rochi) Gas! Não vi você chegar!
(Gas) Sua mãe abriu a porta pra mim.
(Rochi) E aí, encontrou alguma coisa?
(Gas) Nada. Não sei, mas parece que a cada dia que se passa, isso tá se tornando mais impossível!
(Rochi) Às vezes eu me pergunto se a May estava certa.
(Gas) Sobre o Pablo ter morrido?! Não, claro que não! Ela só queria colocar coisa na sua cabeça! A May não é uma pessoa confiável, Rochi! Você não pode dar ouvidos a ela.
(Rochi) Eu não me referia a isso.
(Gas) Não? Então se referia a quê?
(Rochi) Sobre nós dois nos gostarmos ainda.
Gas ficou sem jeito.
(Rochi) É claro que a gente já tentou ficar juntos, não deu certo, separamos e ficamos de boa! Mas eu não sei se sinto tudo pelo Pablo...
(Gas) Tudo o quê?
(Rochi) Tudo o que senti por você.
Rochi desviou o olhar de Gas.
(Gas) Quando foi que a May suspeitou disso?
(Rochi) Ela sempre suspeitou disso. Ela me disse antes de ir embora. Acredito que foi por isso que ela armou tudo isso para o Pablo. Ela queria me ver sofrer, queria me ver sem ninguém, queria me ver longe de você.
(Gas) Só que o plano dela deu errado.
(Rochi) Sim. Nos aproximamos mais depois de tudo o que aconteceu.
Rochi voltou a sentar e Gas sentou ao lado dela.
(Rochi) Você ainda sente alguma coisa por mim?
(Gas) A-Alguma coisa?
(Rochi) É, Gas. Além da amizade, você sente que ainda me ama?
(Gas) Rochi, eu não posso afirmar que eu te amo, não tenho certeza.
Rochi abaixou a cabeça.
(Gas) Mas eu posso afirmar que preciso de alguém. E tenho certeza que você não seria uma má opção.
Ela olhou no fundo dos olhos dele.
(Rochi) Você tá a fim de tentar mais uma vez?
(Gas) Você quer dizer, dar outra chance a nós dois?
(Rochi) Isso...
Os rostos deles se aproximaram e quando estavam a ponto de se beijar, Pablo interrompeu.
(Pablo) Rochi...

CENA III
Euge e Lua já estavam dentro do ônibus quando a tarde começou a escurecer.
(Euge) Ansiosa?
(Lua) Para quê?
(Euge) Para reencontrar o Arthur.
(Lua) Muito. Ele me fez muita falta.
(Euge) Vocês se falaram?
(Lua) Como você sabe?
(Euge) Quando você fala dele, eu vejo muito confiança na sua voz. E isso não acontecia quando a gente estava no tal povoado.
(Lua) É, nós nos falamos. Assim como eu, ele também está sentindo a minha falta.
(Euge) Vocês nasceram para ficar juntos!
(Lua) Eu espero! Será que ele vai me dar outra chance?
(Euge) Claro que vai! Aliás, quem vai dar outra chance é você! Esqueceu quem acabou tudo?
(Lua) Não me lembra isso, Euge! Você não sabe como me arrependo daquela noite!
(Euge) É, você também não sabe como eu me arrependo de ter entrado naquele trem com o Peter.
(Lua) Você tá sentindo falta dele?
(Euge) Muita. Eu sei que pareço nem me preocupar, mas foi o jeito menos doloroso que descobrir para não sofrer. Finjo que tá tudo bem, que ele está bem, e aí eu pareço estar bem também.
(Lua) Só parece mesmo! Quem te conhece, sabe o estado em que você está!
(Euge) Tá muito na cara?
(Lua) Euge, você superou tudo muito fácil! E olha que nem tem outro na história! Quando a gente perde um amor para outra pessoa, machuca muito. Imagina quando a gente perde um amor para pessoa nenhuma... para sempre!
Euge controlou as lágrimas.
(Euge) Às vezes eu tenho medo de não voltar a vê-lo. Fico me perguntando se ele ainda está vivo e como eu posso ser tão fria!
(Lua) Você não é fria. Eu sei o quanto você está sofrendo por tudo isso. Nos dias em que dormimos juntas, eu cansei de acordar no meio da noite te ouvindo chorar. Você não tem que esconder os seus sentimentos!
(Euge) Eu não sei o que acontece comigo! Tava tudo combinado de ele se tratar nessas férias e depois a gente assumir alguma coisa mais séria. Mas sinto que eu falhei.
(Lua) Não, você não falhou! Você falhará se desistir dele. 
(Euge) Mas indo para casa, eu sinto que estou desistindo dele. Não foi lá que a gente se separou! Eu queria ter outra chance, sabe?! Outra chance para reviver o dia em que fugimos. Nós tínhamos que ter encarado o Ucker e não fugido como dois covardes...
(Lua) Euge, se aconteceu, é porque era para ter acontecido. Quem sabe o Peter já não tenha voltado para a cidade e só esteja te esperando!?
(Euge) Se ele tivesse voltado, ele teria procurado por mim.
(Lua) Não perca a esperança, Euge! Você e o Peter ainda vão se encontrar e vão poder matar toda a saudade do tempo que passaram longe um do outro.
Elas deram as mãos.
(Euge) Obrigada, amiga. Você e o Arthur também vão se entender e vão poder ser felizes em paz!
Lua sorriu para ela.

CENA IV
Poncho estava passando com o carro perto do centro da cidade e avistou Peter sentado em um banco perto da fonte. Ele parou de dirigir, desceu do carro e foi até ele.
(Poncho) Peter?!
(Peter) Te conheço?
(Poncho) Sou eu, o Poncho, da monitoria.
(Peter) Ah tá! Lembrei! E aí, tudo bem?
(Poncho) Tô indo... E você? O que faz aqui só de cueca?
(Peter) Ah, Poncho, é uma longa história. Eu fui fugir com a Euge, acabei sendo sequestrado por engano, tentaram me roubar e eu fui parar numa mata. Lá encontrei o Pablo e nós fomos para um acampamento de garotas. Passamos uns dois, três dias com elas e agora conseguimos voltar para a cidade. 
(Poncho) Uau! Você disse aí que encontrou o Pablo, né?!
(Peter) Encontrei... Ele me contou sobre o que aconteceu com a May.
(Poncho) Hã?! 
(Peter) É, foi a May que sequestrou o Pablo, você não sabia?
(Poncho) Não... Acho que não sei muito sobre o que aconteceu por aqui nas férias. O que você vai fazer agora?
(Peter) Eu iria para casa, mas... mas quando cheguei lá, estava toda fechada e com um placa para alugá-la.
(Poncho) Como assim?
(Peter) Não sei o que aconteceu com os meus pais. Será que eles foram embora e esqueceram de mim?
(Poncho) Acho que não. Deve ter acontecido algum problema, ou imprevisto. Se você quiser, pode ficar lá no meu apê por enquanto. Eu moro lá sozinho mesmo!
(Peter) Sério?! Valeu, Poncho! Estou precisando de um local mesmo!
(Poncho) Eu só te peço para não me envolver naqueles problemas seus, sabe?! O vício...
(Peter) Não se preocupe! Eu já estou em busca de um tratamento!
(Poncho) Ótimo! Então vamos?
(Peter) Agora!
Eles caminharam até o carro. Poncho entrou, esperou Peter se acomodar e deu a partida.
(Poncho) Você vai precisar de algumas roupas, né?!
(Peter) É. Mas eu nem ligo mais para isso! Se você soubesse tudo o que passei nessas férias...
(Poncho) Bom, depois eu vou querer saber. Tô precisando de um amigo com quem compartilhar minhas experiências. No bom sentido, claro!
(Peter) Não sei se estou enganado, mas você namorava uma garota, não?
(Poncho) Sim. Chegamos a ficar noivos, mas ela fez questão de acabar com tudo.
(Peter) Nossa, que tenso! Você... Você tem notícia da Euge?
(Poncho) Não, cara. Desde que eu voltei das férias, não sei nada sobre a Euge e a Lua. Ambas sumiram!
(Peter) Igual eu e o Pablo! [rsrs]
(Poncho) Eu vou querer saber dessa história todinha, hein?!
(Peter) Isso é uma história de muitas noites! [rsrs] Foi muito surreal!
Eles foram conversando descontraidamente até chegarem no apartamento de Poncho.

CENA V
Annie tinha passado a tarde toda sob as cobertas. O travesseiro estava tomado pelas lágrimas derramadas.
(Annie) "Como você fez isso, Annie? Como pode ser tão burra? O Poncho não vai te querer de volta, sua tonta!"
As lágrimas voltaram a tomar conta do seu rosto. Depois de alguns minutos, ela se levantou e foi ao banheiro limpá-las.  Com o rosto sem lágrimas, voltou para a cama e pegou um porta-retrato que tinha sua foto e de Poncho. Ela o abraçou e se controlou para não chorar novamente. Então decidiu tirar a foto. Ao desmontar o porta-retrato, encontrou outra foto por baixo, ela e Ucker um pouco mais novos.
(Annie) Meu ursinho! 
Ela colocou a foto no rosto e deu um longo suspiro.
(Annie) Só você consegue entender as minhas burradas...
Ela se levantou, pegou o celular e ligou para o Presídio Central.
(XxX) "Presídio Central, boa noite!"
(Annie) Oi, boa noite. Eu gostaria de saber uma informação.
(XxX) "Informação sobre o quê?"
(Annie) Eu tenho um amigo que está detido há algum tempo aí. Eu queria saber se ele tá podendo receber visitas.
(XxX) "Eu vou precisar do nome completo do detento."
(Annie) É Christopher von Uckermann.
(XxX) "Você não tem parentesco nenhum com ele?"
(Annie) Bom, somos quase irmãos. É que fomos criados juntos durante a infância.
(XxX) "Eu não deveria te passar essa informação, mas algo me diz que posso confiar em você."
(Annie) Ai, obrigada! Você vai me ajudar muito.
(XxX) "O detento Uckermann foi transferido para um presídio do interior. Já tem alguns dias que isso aconteceu."
(Annie) Humm... Onde fica esse presídio?
(XxX) "Bom, senhora, eu gostaria de confiar mais em você, mas eu não estaria sendo justo com o meu serviço. Infelizmente eu não posso passar essa informação."
(Annie) Tudo bem. Obrigada mesmo assim!
Annie desligou o celular e voltou a admirar a foto.
(Annie) Até você eu perdi, Ucker... Como eu queria ter outra chance para acertar os meus erros.

CENA VI
Demi saiu do banho e ligou para alguém pelo celular.
(Demi) Oi. E então, como ele está? Você já deu a mamadeira? Tá. Agora presta atenção! Eu coloquei um remédio aí na bolsa dele, que ajuda ele a dormir. Não exagera muito senão ele pode viciar. Se as fraldas acabarem, você me dá um toque, ok?! Não se preocupe, isso vai ser uma questão de tempo. Dá um beijo nele pra mim. Tchau.
Ela desligou e se vestiu. A campainha tocou.
(Demi) Deve ser ele. Agora vamos ver quem vai se dar bem.
Demi correu para abrir a porta. Era Arthur.
(Demi) Pensei que não viria...
(Arthur) Se eu disse que viria ver o meu filho, é porque eu viria! Onde ele está?
(Demi) Aí é que está o problema. Eu não sei para onde levaram o Eduardo!
(Arthur) Como assim você não sabe? Você não passou o dia todo com ele?
(Demi) Mais ou menos. No meio da tarde vieram buscá-lo.
(Arthur) Quem veio buscá-lo? 
(Demi) O conselho tutelar, Arthur.
(Arthur) O quê?
(Demi) Eu te avisei que não teria condições de criar esse filho sozinha...
Arthur ficou em choque.
Continua

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