ROCKLAND - CAPITULO 18


NOME DO CAPÍTULO:"Não Está Sozinha Nesta Chuva"
AUTOR: "Leonardo Bueno"
NÚMERO DO CAPÍTULO"18"
CLASSIFICAÇÃO DO CAPÍTULO"12 Anos"

No capítulo anterior:
"Bianca se dá conta que se quiser ganhar a amizade de Leonardo, terá que melhor com ele.
Pedro conta para Paz e Márcia que Hope vai morrer.
Juan apresenta Karol, Cristina e Helena para Hope, Vinicius e Mary. Juan decide matar Hope após um longo discurso sobre vingança e traição."



- M-m-m-m-me... matar? - pergunta Hope gaguejando.
- Sim... mas... não quero te matar hoje... não agora... já sei o dia perfeito para a sua morte - explica Juan.
- Qual? - pergunta Hope mais aliviada.
- Não é da sua conta! - fala Juan.
- Você vai nos soltar? - pergunta Vinicius.
- A menininha não. Você eu não sei... quer morrer com ela? 
- Não... mas... se você vai matá-la.. pode me matar também - fala Vinicius.
- Não! - grita Hope.
- Hmmm... Olha só o que temos aqui! Um casalzinho, de adolescentes! - fala Mary.
- Ela não é minha namorada! - grita Vinicius.
- Mas bem que você gostaria que fosse, né? - provoca Juan.
- Sim! Eu  iria gostar, e daí? Você gosta dessa mulher, e ninguém te julga por causa disso. Falando nisso... o que você quer com nós? - pergunta Vinicius sem medo.
Na sala da diretora... 
- O quê? Como assim? - pergunta Paz. 
- Era de noite, estava muito frio, chegamos em algum lugar, esse lugar era um pouco bonito, pelo o que eu me lembre era uma estação de trem. Não era uma estação qualquer, tinha mais alguns segredos... mas... não sei eles ainda. Eu vi duas meninas sendo jogadas nos trilhos quando o metrô ia passar. Uma delas era a Hope. - explica Pedro.
Paz, que já estava chorando pelo sumiço da irmã, começou a chorar mais.
- Eu não acredito! - fala Paz chorando e abraçando Márcia - Quando é que vamos ter um pouco de Paz? Essaescola vai de mal a pior... - Paz fica sem folego e chora desesperadamente - ...precisamos... encontrar a Hope! Procurá-la em todos os lugares, ela não sairia sem avisar.
Na sala de Juan...
- Mary, coloque-os no quarto deles, mas... como você é mulher e não tem muita força... arraste-os até o quarto. Assim eles sentirão um pouquinho da dor que irão sentir em breve.
Mary faz o que seu chefe mandou.
- É... Sr. Juan, onde vamos dormir? Já é para ir para a escola? - pergunta Cristina.
- Ah... o quarto de vocês ficam lá em cima, do lado do meu. Suba as escadas, vire a direita, terceira porta do lado esquerdo do corredor, entenderam? - pergunta Juan.
- Sim - fala Karol.
Algumas horas depois....
A festa de Rosalie já acabou. Estão todos em seus quartos, prontos para dormir.
Jéssica e Leonardo, dormem em um quarto de casal, sem mais ninguém para atrapalha-los.
Esme, dorme em um quarto junto com Bella e Videl, claro que não na mesma cama.
E Rosalie, dorme sozinha.
No colégio...
Paz e Márcia não querem dormir, então ficam sentadas em um sofá, na sala de Márcia. Os outros alunos do colégio já estão dormindo.
Do outro lado do muro, as três garotas dormem, Hope e Vinicius não conseguem dormir, pois amarrados e sentados na posição que estão, é mesmo muito dificil de ter algum sono.
Juan e Mary, estão deitados, abraçados, curtindo um pouco de sua primeira noite juntos.
Juan começa a beijar Mary carinhosamente. Ela recua.
- Para - fala Mary.
- O que foi? - pergunta Juan assustado.
- Me conta agora!
- Contar o quê?
- O que você quer com esses adolescentes?
Começa a chover. Muito forte, parecendo que a chuva fará o mundo acabar.
No quarto de Jéssica e Leonardo...
Os dois estão abraçados, com Leonardo beijando a nuca e o pescoço de Jéssica, ela fala:
- Para
- O que foi? - pergunta Leonardo assustado.
- Eu tenho medo da chuva, me abraça mais forte.
Leonardo abraça Jéssica.
- Por que você tem medo da chuva.
- Quando eu era menor, devia ter uns 12 anos, numa noite igual a essa meu pai chegou em casa bêbado. Fiquei muito assustada em ver meu pai daquele jeito. Ele sempre foi tão... dócil... mas, naquele dia foi diferente. Ele chegou em casa cambaleando, se segurando nas paredes, subiu a escada. Eu a minha mãe preferimos nem nos levantar do sofá. Não queríamos correr o risco dele nos bater ou algo do tipo. Meu pai demorou uns 20 minutos lá em cima até eu começar a ouvir os gritos dele. "Por quê?" - gritava meu pai. Os gritos eram desesperados. Já era 23 horas, metade do bairro estava dormindo. Os gritos dele foram ficando mais baixos. Eu  não queria chorar, mas uma lágrima escorreu do meu olho, passando pelas minhas bochechas e pelo meu queixo. Comecei a ouvir os passos altos de meu pai descendo a escada devagar. Muito lentamente. Minha mãe como eu, não se mexeu do sofá. Estávamos em sofás diferentes. Eu tinha muita vontade de pular no colo dela, mas minhas pernas não se mexiam por mais que eu tentasse. Aquela lágrima que estava parada no meu queixo por quase um minuto caiu na minha perna. Quando eu senti a perna molhada com aquela gota de água salgada, ouvi o barulho de uma arma. Quando olhei para minha mãe ela estava no chão sangrando. Após meu pai atirar, começou a chover muito, igual hoje, como mágica. Cada trovão me doía por dentro, cada gota de chuva que caia era um pouco do sangue da minha mãe. Olhei para o meu pai, ele estava parado no meio da escada, quando ele me olhou, pensei que iria atirar em mim também, mas não. Ele pediu desculpas e se matou com um tiro na cabeça... passaram-se uns cinco minutos sem que eu conseguisse me mexer, foi aí que eu fui jogada para perto de minha mãe, ensanguentada no chão. Eu não conseguia dizer nada, mas já podia me mexer. Minha mãe ainda não estava morta, já meu pai... minha mãe conseguiu dizer apenas uma coisa antes de morrer.
- O quê? - pergunta Leonardo.
Não está sozinha nesta chuva, eu amor. Depois disso, fechou o olho, e eu soube que teria que sumir dali.


Continua...

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